Diante de um cenário de instabilidade e incertezas da economia, como o atual, é comum ter dúvidas sobre qual o momento certo para realizar os investimentos.
Com certeza, a melhor alternativa para se preparar para o futuro e tomar as decisões certas é ter um planejamento rural eficiente.
Um dos itens que mais pesam no bolso do produtor é maquinário, portanto, quanto antes o planejamento e a compra são feitos, melhor será o controle financeiro.
O primeiro passo para se valer do uso do crédito rural fornecido pelo Plano Safra é encontrar uma instituição financeira (bancos, agfintechs e afins) autorizada pelo Banco Central do Brasil a fornecer o crédito desse plano.
Após escolhido onde buscar por esse financiamento, deve-se consultar um especialista para elaborar seu projeto técnico para obtenção do crédito.
Neste projeto é onde se encontrará todos os detalhes de como o recurso será gasto.
Por fim, os documentos passaram por análises e o prazo para liberação do crédito pode acontecer em 10 a 30 dias.
Relembre o anúncio do Plano Safra 23/24
Do total de recursos disponibilizados para a agricultura empresarial, R$ 272,12 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 26%. Outros R$ 92,1 bilhões serão para investimentos (+28%).
Os recursos de R$ 186,4 bilhões (+31,2%) serão com taxas controladas, dos quais: R$ 84,9 bilhões (+38,2%) com taxas não equalizadas e R$ 101,5 bilhões (+26,1%) com taxas equalizadas (subsidiadas). Outros R$ 177,8 bilhões (+22,5%) serão destinados a taxas livres.
As taxas de juros para custeio e comercialização serão de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais produtores. Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% a.a. e 12,5% a.a., de acordo com o programa.
Sustentabilidade
O Plano Safra 2023/2024 incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Os produtores rurais que já possuem Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os produtores que adotam práticas agrícolas consideradas mais sustentáveis serão reconhecidos por meio da premiação.
A Redução será de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para produtores cadastrados no CAR analisado, nas seguintes condições;
- Em programa de regularização Ambiental (PRA);
- Sem passivo ambiental;
- Passível de emissão de cota de reserva ambiental.
Quem também terá direito à redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio serão produtores que aditam práticas de produção agropecuária considerada mais sustentável. Como;
- Produção orgânica;
- Agroecológica;
- Bioinsumos;
- Tratamento de dejetos na suinocultura;
- Pó de rocha;
- Calcário;
- Energia renovável na avicultura;
- Rebanho bovino rastreado;
- Certificação de sustentabilidade.
A definição do rol dessas práticas, bem como a regulamentação de como elas serão comprovadas entre produtor rural junto a instituição financeira, ocorrerá posteriormente ao lançamento do Plano Safra 2023/2024.
Essa redução na taxa poderá acontecer de forma independente ou acumulativa. Caso o produtor preencha os dois requisitos, ele poderá ter uma redução de até 1 ponto percentual na sua taxa de juros de custeio.
Além disso, o programa ABC passa a ser chamado RenovAgro (Programa para Financiamento a Sistema de Produção Agropecuário Sustentáveis), que incorpora os financiamentos de investimentos identificados com o objetivo de incentivo à Adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na Agropecuária. Por meio dele é possível financiar práticas sustentáveis como a recuperação de áreas e de pastagens degradadas, a implantação de sistemas de integração lavoura-pecuárias-florestas, a adoção de práticas conservacionistas de uso e o manejo e proteção dos recursos naturais.
Como novidade neste ano, o RenovAgro está ampliando o apoio à recuperação de pastagens degradadas com foco na sua transformação em produção agrícola com a menor taxa de juros para a agricultura empresarial: 7% ao ano.
A partir deste ano, o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro) passa a financiar também correção de solo, com utilização de calcário mineralizadores e fosfatagem.
Nas operações de custeio, a prática de manejo florestal passa a ser financiada com até 2 anos de prazo para pagamento.
– Médios produtores.
Recursos de custeio e investimentos serão liberados para o desenvolvimento dos médios produtores no Plano Safra deste ano.
Além disso, o limite de renda bruta anual para inclusão no Pronamp passa de R$ 2,4 milhões para R$ 3 milhões. A mudança leva em conta o aumento dos preços dos produtos agrícolas.
Quem se enquadra no programa terá juros mais baixos para adquirir máquinas e equipamentos agrícolas por meio do programa de Modernização de Frota e Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). O acesso aos recursos do Moderfrota terá taxa de juros de 10,5% a.a. para o Pronamp, sem limite de financiamento. Para os demais produtores, a taxa de juros permanece em 12,5% a.a.
O limite de financiamento de investimentos no Pronamp passa de R$ 430 mil para R$ 600 mil por beneficiário/ano.
O Plano Safra deste ano também prevê o aumento de 25% para 30% da exigibilidade de direcionamento dos Recursos Obrigatórios para as operações de crédito rural nas instituições financeiras. No caso do Pronamp, a subexigibilidade para o custeio passou de 35% para 45%.