O cenário nacional sofreu alterações segundo o último boletim da Conab (em 12 de janeiro de 2023), onde a expectativa e projeção de produtividade para a safra 22/23 sofreram redução, comparado ao emitido em dezembro/22.
Com essa mudança em projeções, consideramos fatores climáticos como um dos grandes gargalos desse problema, aliado a fatores de genética, manejo e condução de adubações e controles fitossanitários.
Comparado à safra anterior, a previsão para milho é de 125,1 milhões de toneladas produzidas, ainda sim um aumento esperado de 10,9% comparado a safra anterior.
Tal aumento se dá principalmente pela área de milho aumentada para segunda safra em conjunto da recuperação de produtividade projetada em campo. Vale ressaltar que a projeção de aumento de área plantada para safra 22/23 é de 3,4% e 7,3% da produtividade do setor.
No caso da primeira safra de milho, a perspectiva no sul do país teve maior influência pelo regime hídrico, uma vez que esse se fez ausente e/ou irregular em boa parte do Rio Grande do Sul.
Atrelado ao fator hídrico, a temperatura tem levado o milho a entrar em senescência, prejudicando fortemente o estágio reprodutivo. Como consequência, percebeu-se plantas de porte baixo, folhas menores, grãos pequenos, poucos grãos por espigas e, consequentemente, produtividade significativamente em queda.
Mesmo com os parâmetros baseando aumento comparado a safra anterior e, mesmo considerando quebras produtivas decorrentes a fatores climáticos, a balança comercial, segundo a Conab, está projetada com volume de importação em 2,8 milhões de tonelada do grão, mantendo estabilizado comparado a 21/22.
Embora a importação esteja equilibrada no comparativo, a estimativa para exportação na safra 22/23 está em 45 milhões de toneladas alinhada à maior demanda internacional, caracterizando um aumento de 3,4% comparado a safra anterior.
No entanto, no caso da cultura da soja, a projeção de produtividade em grãos para essa safra teve uma redução de 153,48 milhões de toneladas para 152,71 milhões, motivado principalmente pela revisão em áreas plantadas e produtividades em relação ao último relatório. Estima-se que o esmagamento do grão de soja no ano de 2023 passe de 50 milhões para 52,74 milhões, em razão da continuidade do uso de biodiesel ao diesel em 10% no primeiro trimestre.
Em relação ao farelo da soja, o aumento da estimativa para esmagamento e produção passa dos 40 milhões de toneladas, comparado com 38,8 milhões projetado no último boletim Conab (dezembro/22). Assim, as exportações tendem a continuar elevadas, passando dos 19 milhões de toneladas, menor comparado ao ano anterior.
Por outro lado, podemos manter o otimismo em relação a esse cenário para óleo de soja. Há expectativa de elevação no percentual de biodiesel ao diesel em 2023, aumentando assim a produção e demanda do biodiesel, gerando aumento nas vendas internas do óleo. Projetado em 9,15 milhões de toneladas, caracteriza-se um aumento de, aproximadamente, 8% na projeção de dezembro/2022. Com isso, a projeção atual é de 10,75 milhões de toneladas produzidas, comparado a 10,26 milhões apresentadas no relatório de 2022.
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