Todo produtor sabe ao adquirir um pulverizador autopropelido que sua vida útil é curta e limitada, devido à sua função na lavoura. Os produtos utilizados nesses equipamentos prejudicam diretamente o seu sistema de pulverização, causando corrosão e desgastes no tanque, barras e bicos.
Em média, a vida útil de um pulverizador autopropelido varia entre 5 a 8 anos de uso ou 4 a 7 mil horas de trabalho, dependendo de algumas variáveis como marca, produto aplicado, condições de trabalho, manutenção preventiva, entre outras. Com o desgaste natural dos componentes do sistema de pulverização, a manutenção e reposição de peças se torna inviável financeiramente, se comparado o investimento na compra de um novo equipamento para tal função, considerando a garantia e modernidade das funções.
Apesar do desgaste do sistema de pulverização, é muito comum que o sistema motor do equipamento esteja em bom estado de uso, mas acaba ficando parado na fazenda quando acontece a substituição por um novo. Uma solução para isso, que vem sendo muito buscada pelo produtor já há algum tempo, é a transformação do equipamento de pulverizador autopropelido para distribuidor de fertilizantes. O processo é simples e basta retirar o sistema de pulverização, mantendo apenas o chassi para receber o distribuidor.
Em entrevista ao programa Bem da Terra, a produtora de soja e milho na região de Querência, Cassiane Baratto, falou um pouco sobre como essa transformação impactou a produtividade na fazenda da família. Confira abaixo alguns trechos da entrevista:
E no que essa máquina trouxe benefícios pra você? O que essa máquina faz na prática?
“Primeiramente é a otimização do serviço. Foi uma máquina que proporcionou para a gente muito mais agilidade nos processos de adubação, ela tem uma capacidade para 6.000kg de produto, então a gente consegue colocar 6 bags de adubo dentro dela para fazer a aplicação e em menos de 1 hora a gente consegue distribuir esses 6.000kg de produto na quantidade de hectares desejada. A segunda vantagem da máquina foi a economia de combustível, que como é montada em cima de um autopropelido, ele já tem uma tecnologia embarcada muito boa em cima dele, a gente conseguiu reduzir muito essa questão do combustível.”
Antes você tinha uma máquina anterior, como ficava essa questão da distribuição de fertilizantes?
“Eu tinha uma máquina de arrasto, que a gente chama de calcareadeira que ia pouco produto dentro, de 2 ou 3 bags somente, então era um serviço que demorava muito pra fazer na fazenda.”
Então sobrava pouco tempo pra você cuidar de outras atividades na fazenda?
“Isso, a gente estimava uma semana para começar a fazer a aplicação de adubo, mas não sabia quando ia acabar de fazer esse trabalho, porque como era um trabalho demorado e a gente precisa também da colaboração do clima para conseguir fazer esse serviço, muitas vezes a gente demorava 1 ou 2 meses para conseguir concluir esse processo de adubação.”
E teve também melhora na questão do amassamento?
“Sim, a gente utiliza a faixa de aplicação de químicos a 30mt, tanto no milho como na soja e antes meu distribuidor só conseguia atingir 25 a 28mt dependendo do produto, então eu tinha que fazer um rastro extra no meio daquele que já existia, então além do amassamento da aplicação do químico eu tinha eu tinha mais o amassamento da aplicação do produto. Agora a gente não tem mais esse problema, esse distribuidor tem um lanço livre de 30 metros que é a mesma faixa que a pulverização tem, então o mesmo rastro da pulverização eu uso para jogar o adubo.”
Quanto que você perdia de amassamento tanto na soja como no milho com as máquinas antigas?
“A estimativa era de 3 sacos por hectare o amassamento para cada linha, então eu tinha que fazer 2 rastros, eram 6 sacos por hectare perdidos.”
Qual que é a sua produtividade de soja?
“Aqui a gente está atualmente com 600 ha e mais 300 ha de abertura.”
Você falou da economia de combustível. Economiza mais combustível porque essa máquina faz o serviço mais rápido?
“A minha caixa adubadora é equipada em cima de um pulverizador da JD4730, essa máquina já é embarcada com uma tecnologia muito boa, ela tem um motor eletrônico que autorregula a aceleração. Quando a gente usa para aplicação de químicos, pulverização, ele gasta em torno de 1 a 5 litros de diesel por hectare, que já é uma média muito boa e quando eu transformei na caixa adubadora ele começou gastar menos. Ele gasta entre 1 e 2 litros por hectare somente, porque como a caixa adubadora é tocada a óleo hidráulico ela não gera muita força para o motor da máquina, então a aceleração que eu trabalho entre 1500-1600 rpm, é uma aceleração que consegue ter uma média com mais economia.”
Você testou essa máquina várias vezes até achar uma forma que ela se adaptasse bem à sua propriedade?
“No começo nossos vizinhos, grandes produtores aqui de Querência já tinham essa máquina instalada, então a gente já tinha um conhecimento de como ela funcionava e de como a gente poderia implantar ela na propriedade. Então quando surgiu a oportunidade de montar ela no meu autopropelido eu já tive certeza que teria que ser essa caixa porque ela é a que serviria melhor pra minha situação.”
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:
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